CELEBRANDO HANUKÁ por Pastor Alessandro Magno

CELEBRANDO HANUKÁ:
O que significa a palavra hebraica “Hanuká”?
“Hanuká” (ou “Chanucá”) significa “consagração” ou “dedicação”.
Esta festa é também conhecida como a Festa das Luzes. Em João 10.22:23, vemos Yeshua (Jesus) passeando no Templo na comemoração da Festa da Dedicação. Essa passagem é a única passagem bíblica no Novo Testamento que se refere à referida festa. Não encontramos esta celebração na Lei porque o fato que deu origem a esta festa ocorreu no ano 162 a.C., embora a palavra “Hanuká” e seus derivados apareça várias vezes no Antigo Testamento, em especial no livro de Neemias.

CONTEXTO HISTÓRICO DE HANUKÁH:
Vindo da Macedônia, o império grego expande-se de maneira significativa, conquistando desde o Egito, Oriente Médio, até a Índia. 
Depois da morte de seu grande Imperador, Alexandre (336-323 a.C.), vários generais lutam pelo controle do Império. O imperador selêucida, Antiochus Epiphanes (175-163 a.C.), conquista o domínio sobre a região do Oriente Médio e investe fortemente contra toda a região da Judéia, impondo os costumes, as tradições, a religião e o pensamento grego Helenístico. Para os judeus, ele proíbe a circuncisão, a observância do Shabat, todas as restrições de comida (Kashrut), e estipula que apenas porcos poderiam ser sacrificados no Templo. Ele mesmo, num gesto de desrespeito e profanação, oferece um porco como sacrifício a Zeus, no interior do templo, no Santo dos Santos. Todos os utensílios do interior e exterior do templo são retirados, e o local passa a ser mais um templo do deus grego Zeus.
É interessante frisar que a cultura e o pensamento grego eram muito bem aceitos pelos povos dominados. O culto à mente humana, aos pensamentos filosóficos revolucionários e modernos eram vistos como expressões de uma cultura extremamente mais desenvolvida. Com exceção de Israel, o pensamento e os costumes helenísticos eram aceitos, quase em sua maioria, de maneira espontânea e não obrigatória, já que um dos aspectos gregos de domínio era a não imposição da sua religião. Os povos dominados eram todos politeístas e a aceitação de um ou mais deuses de uma cultura muito mais avançada não representava grande problema. Mas, é claro, com a nação de Israel não foi assim! 
Os judeus sempre foram um povo distinto e separado das outras nações pelo fato de crerem em um só Deus e de terem mandamentos, estatutos e ordenanças específicos. Por este motivo, o domínio grego em Israel foi bem mais brutal e violento.
Certo dia, um oficial sírio ordena que Matitiahu Ha Macabí (Mateus, “o Martelo” ou “o Macabeu”), cabeça de uma importante família de sacerdotes do Templo, oferecesse um porco no altar. Matitiahu, juntamente com seus cinco filhos, dão início a uma revolta judaica, matando o oficial sírio e todos os seus soldados. Sob a liderança de Matitiahu, outros judeus aderem à revolta. Por oito anos o exército dos Macabeus lutou pela libertação de Jerusalém e de Israel. Após a morte de Matitiahu, seu terceiro filho, Yehuda Há Macabí (Judá, “o Macabeu”), assume o controle da revolta e leva o exército dos Macabeus à vitória sobre o exército grego-sírio no ano de 165 a.C.

O MILAGRE DE HANUKÁH:
Livres então do domínio e da ocupação do exército grego-sírio, os Macabeus dão início à purificação do Templo em Jerusalém. No dia 25 do mês de Kislev, no ano 162 a.C., eles realizam com grande celebração a rededicação do Templo com a consagração de um novo altar. O chamado “ner tamid” (fogo eterno do altar – Lv. 6.13) foi novamente aceso na Menorá, o grande candelabro de sete pontas do interior do templo. Mas o óleo de oliva consagrado para queimar na Menorá era suficiente para mantê-la acesa por apenas um dia e levaria no mínimo uma semana para se preparar mais óleo Então, por um milagre do Deus Todo Poderoso, o fogo na Menorá continuou queimando por mais 8 dias, tempo necessário para a preparação do novo óleo, conforme o relato no livro de 2º Macabeus.
Mas o milagre não foram só os oito dias da queima do óleo na Menorá do interior do Templo, mas também a vitória do exército dos Macabeus sobre o poderoso exército sírio-grego. Eles lembram que o exército dos Macabeus era, em sua maioria, composto por sacerdotes, os quais não possuíam experiência em batalhas, armas ou táticas de guerra. Eles se refugiavam nos montes e nas cavernas ao redor de Jerusalém e atacavam de noite, sob a forma de ataque surpresa em diferentes pontos da cidade.

A FESTA DE HANUKÁH PARA OS JUDEUS:
Desde então, os judeus celebram a chamada Festa da Dedicação (ou festa de Hanuká) todos os anos durante oito dias, representando os oito dias do milagre do fogo no Templo. O maior símbolo de Hanuká é o candelabro de nove pontas – a “Hanukía”, como é chamada. A Hanukía possui oito velas e uma vela central, mais alta que as outras, chamada de “Shamásh” (servo, a lâmpada mestra), com a qual todas as oito velas são acessas, uma a cada dia. É costume judaico colocar a Hanukía na janela das casas, de maneira que todos possam vê-la e se lembrar do milagre.
Também é comum, nas noites de Hanuká, a comunhão familiar e entre amigos. O uso de jogos durante Hanuká surgiu na Idade Média, quando os judeus eram proibidos de guardar as tradições e as festas. Eles então, durante as festas, utilizavam de variados jogos, para que se alguém estranho os visse, não desconfiasse de que se tratava de judeus realizando alguma cerimônia. Dentre estes jogos, os mais usados eram a Dama e o “Dreidel” (dado). Este último era muito utilizado durante Hanuká e acabou por se tornar um dos símbolos da mesma. No Dreidel, tem-se um dado de 4 faces, e em cada face uma das seguintes letras do alfabeto hebraico: nun, guímel, hêi e shin, que são as iniciais da frase: (“Nés gadól haiá shâm” = “Um grande milagre ocorreu lá!”. 
A Hanukía (candelabro de 9 pontas) se tornou o símbolo da Festa de Hanuká
Os judeus celebram esta festa expressando a alegria de serem, o povo escolhido por Deus.
HAG SAMEÁH HANUKÁ! - FELIZ FESTA DE HANUKÁH!
Pr. Alessandro

CELEBRANDO HANUKÁ           por Pastor Alessandro Magno

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